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  • Foto do escritorSerginho Neglia

Bolsonaro se comporta como moleque, não como presidente!

Atualizado: 28 de nov. de 2020

Estamos vivendo uma pandemia (enfermidade epidêmica amplamente disseminada) mundial por Coronavírus, e é necessário que a população colabore para que a contaminação não se prolifere causando uma situação de caos. Diante desta realidade, autoridades do mundo inteiro estão tomando medidas no sentido de conter uma contaminação generalizada.

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Bolsonaro, e seus seguidores, mais uma vez dão demonstrações que não entenderam que a eleição acabou e que, ao invés de ficar fazendo campanha permanente, está na hora de governar. No início, Bolsonaro parecia não entender a diferença entre ser candidato e governante, muitos achavam que era uma questão de adaptação, porém passado um ano, podemos perceber que o problema é mais sério, é uma questão cognitiva, um desvio solucionável apenas com acompanhamento profissional, pois, dia após dia, ele demonstra não ter preparo mínimo para o exercício do cargo que ocupa.


Seus seguidores não ficam atrás, pois aplaudem suas barbaridades, e acabam incentivando seu comportamento inadequado, portanto são cúmplices de seus ‘crimes’. Sim, muitos dos comportamentos de Bolsonaro são criminosos como a recente participação na manifestação em Brasília no dia 15 de março, bem como o incentivo que deu para que acontecessem manifestações em todo o país, apenas para massagear seu ego.


Listei alguns pontos que precisam ser levados em consideração para que as pessoas, que ainda tem um pouco de bom senso, possam ver a gravidade do comportamento de Bolsonaro:

  • Neste momento de informações desencontradas, de dúvidas, é fundamental que o governo, através do Ministério da Saúde, órgão responsável pela gestão de saúde no país, mantenha a população orientada através de estratégias, tecnicamente elaboradas, para servirem de base para a informação da opinião pública. Essas orientações devem ser seguidas pela população, para que as medidas de contenção e a estratégia das autoridades públicas sejam eficazes. Porém, quando o presidente da república faz um pronunciamento em rede nacional, orientando a população e, dias depois, ele mesmo desrespeita essas orientações, desacredita o que ele próprio disse, e incentiva os seus seguidores mais ‘doentes’ a também desrespeitarem essas orientações (Como milhares fizeram no domingo -15.03.2020), algo completamente inaceitável para um governante, pois, ao contrário de seus seguidores que ‘até podem’ (do ponto de vista democrático) defender coisas como o terraplanismo, e que o coronavírus é um golpe da China para acabar com o capitalismo, o assunto é sério e deve ser levado com toda a responsabilidade pela autoridade máxima do país.

  • Os movimentos no sentido de evitar aglomerações são uma tentativa de conter a proliferação generalizada do vírus, e isso se faz antes do vírus se espalhar sem controle, por isso, aqueles que dizem que não há motivo para o resguardo pelo número de casos não ser muito grande ainda, estão equivocados, pois é agora que temos que tomar ações preventivas, depois que o vírus se espalhar o caos estará instalado, aí não saberemos o tamanho da tragédia.

  • É importante que a proliferação seja controlada, pois o procedimento para a detecção é feito da seguinte forma: A pessoa com desconfiança de contaminação deve permanecer em casa, em isolamento, e entrar em contato com as autoridades (Já se vê congestionamento das linhas de atendimento a população) para que a equipe de saúde vá ao seu encontro para proceder o teste, não devem procurar atendimento na rede de saúde pois podem contaminar as pessoas ao seu redor. Então pensem comigo:

  • Se houver uma grande contaminação, como o sistema público vai atender todas as solicitações de teste?

  • Se diante da demora no atendimento as pessoas resolverem correr até os postos de saúde e hospitais, e por isso, gerarem uma contaminação em massa, inclusive dos profissionais de saúde?

  • Se diante de uma contaminação generalizada os hospitais forem obrigados a fechar suas emergências e seu atendimento ao público, como ficarão as pessoas que sofrem de outras doenças e precisam de atendimento?

  • Se houver uma proliferação em massa, muitas pessoas terão que ficar em resguardo, e no caso de caso graves, não haverão leitos suficiente para atender a demanda, e quem cuidará dos casos graves?

  • Alguém acha sensato perder um ente querido apenas por que resolveu subestimar as orientações das autoridades?

  • Em um país onde a saúde é responsabilidade do estado e, portanto, quem paga a conta somos todos nós (Nos EUA, por exemplo, a saúde é privada, e cada um paga suas despesas), quanto custará aos cofres públicos, já combalidos, o tratamento desta pandemia? Faz sentido um presidente da república que fica alardeando aos quatro cantos que é necessário cortar despesas, que o orçamento público é deficitário, não ter noção de que é fundamental que o problema não se alastre pelo país?

  • Ainda na questão econômica, a paralisação de eventos, do consumo, gerará uma crise recessiva muito grande, pois as pessoas deixam de consumir, as empresas e os profissionais autônomos de vender, e consequentemente o governo de arrecadar. Como fechar as contas se as despesas aumentam, enquanto a arrecadação cai?

  • A paralisação reduz também a circulação de mercadorias, e a baixa oferta com a grande procura, gera aumento de preços, basta ver o que está acontecendo com o álcool gel, e isso aumenta a inflação, o que gera perda de poder aquisitivo, e torna os produtos de primeira necessidade mais inacessíveis a quem tem menos recursos.

Em seu pronunciamento a nação, no dia 06 de março de 2020, Bolsonaro disse (grifo nosso): “...o momento é de união, ainda que o problema possa se agravar não há motivo para pânico, seguir rigorosamente as recomendações dos especialistas é a melhor medida de prevenção...”


Portanto, essa pandemia não trás nenhum benefício ao país, apenas crise e dificuldades, então não tem como compreender que um governante não tenha compreensão disto, que incentive a desobediência aos cuidados, mesmo sabendo que os danos para o país e para a população são incalculáveis se o vírus se espalhar.


Não há como entender que as pessoas, inebriadas pela paixão a um governante despreparado, cometam um atentado contra a saúde pública, contra o seu país, e ainda se digam patriotas. No momento, o gesto mais patriótico que alguém pode fazer é tentar evitar que o coronavírus se espalhe pelo país, e que essa crise dure o menor tempo possível. Como alguém pode imaginar estar ajudando o país comprometendo a saúde pública? Esses 'patriotas' não entendem que essa situação afeta a TODOS?


Bolsonaro cometeu um crime contra o país incentivando as manifestações, e principalmente a desobediência às orientações que ele mesmo, na condição de presidente da república, transmitiu em seu pronunciamento a nação.


Com seu gesto impensado ele chamou para si a responsabilidade por uma crise que não nasceu no Brasil, mas que pode atingir de forma muito grave o país, causando grandes prejuízos econômicos e perdas de vidas humanas. Apoiar e concordar com seu comportamento é completamente inaceitável.


Depois, quando o país estiver em uma crise, não adianta dizer que a culpa é do vírus, pois o vírus não ‘obedece’ a orientação humana, mas os humanos deveriam obedecer suas próprias orientações, o que parece não ser o caso de Bolsonaro. Ele pode, e deverá, ser responsabilizado por subestimar os danos causados pelo problema e se comportar como um moleque quando deveria se comportar como um governante.


Espero que essa postura seja capaz de levar as pessoas de bom senso a repensar sua idolatria a ele.

Em entrevista ao Datena hoje pela manha (16.03.2020) Bolsonaro não demonstrou arrependimento por sua participação, e novamente minimizou o problema: "Não vamos superdimensionar essa questão. Não pode algumas autoridades começar a proibir isso ou aquilo", declarou, e em outro trecho foi mais longe: "Existe o perigo, mas está havendo um superdimensionamento nesta questão. Nós não podemos parar a economia. E eu tenho que dar o exemplo em todos os momentos. E fui, realmente, apertei a mão de muita gente em frente ao Palácio, aqui na Presidência da República, para demonstrar que estou com o povo. O povo foi nas ruas, você tem que respeitar a vontade popular. Mesmo que o povo erre, você tem que respeitar a vontade popular. Isso é democracia”. Bolsonaro se esconde atrás de uma pseudo 'obediência' ao povo para ocultar sua incompetência. Se tivesse um ato de repúdio a seu governo ele teria ido lá abraça-los ou iria reclamar que eles estavam desobedecendo as orientações do Ministério da Saúde?


Acompanhe as orientações do Ministério da Saúde https://coronavirus.saude.gov.br/ que o presidente insiste em desrespeitar.

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