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Existem Indígenas entre nós!

  • Foto do escritor: Serginho Neglia
    Serginho Neglia
  • 1 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de abr. de 2024


Durante muito tempo alguns historiadores consideraram o desaparecimento dos indígenas no Brasil. Entendiam muitos deles, que a partir do processo de colonização, onde aqueles que resistiram foram exterminados e os demais sofreram um processo de aculturamento que ocasionou uma perda de sua identidade étnica, os indígenas desapareceram da história do Brasil.


Na forma de pensar destes historiadores, a partir do momento que os indígenas assimilavam outras culturas, era como deixassem de ser o que eram. Esse pensamento nos faz refletir: Se mudamos da colônia para a cidade, de um país para outro, deixamos de ser o que somos?


Por trás desta interpretação está um conceito, pode-se dizer, equivocado, de que há uma etnia dominante e a medida que assimilamos, incorporamos, novos comportamentos perdemos nossa identidade, como se a roupa que vestimos definisse quem somos, e portanto, um indígena que veste tênis, calça jeans e camiseta, deixa de ser indígena.


Somente a partir do final do século XX começaram-se a se revisar o entendimento do “desaparecimento” dos indígenas brasileiros, com a compreensão de que a cultura não é algo fixo e imutável, e que as “estruturas culturais orientam o comportamento dos homens, mas não podem ser vistas como malhas de ferro que não lhes possibilitem agir fora delas” (ALMEIDA, 2010)

Ir a escola, aprender matemática e português não faz com que essas crianças deixem de ser indígenas, assim como um brasileiro que vai morar nos EUA e aprende inglês, não deixa de ser brasileiro. Crianças Kiriri da Aldeia Mirandela na Bahia. As fotos que ilustram esse post são do meu amigo Ubirajara Machado, um operário da imagem, como se autodenomina. Confira essas e outras no @ubirajaramachado


Os indígenas nunca desapareceram, embora alguns livros de história assim dissessem. Eles sempre estiveram ali, transmitindo suas culturas, de pai para filho, de etnia para etnia, transmitindo e recebendo, influenciando e sendo influenciado, assim como os negros não deixaram de ser negros, como nenhum imigrante renunciou sua etnia para viver fora de seu país e continente original, convivendo e interagindo com outros povos e culturas.


O processo de “invisibilidade” dos indígenas se deveu, em parte, a uma visão estereotipada, que os reconheciam como seres primitivos, inferiores, de fácil dominação, que durante o tempo foram “cooptados” pelos colonizadores perdendo sua identidade étnica. Os grupos indígenas no Brasil eram muitos e com diferentes culturas e organizações e interagiram de forma diferente em relação aos estrangeiros, alguns preservaram muito de suas características tradicionais, inclusive vivendo em áreas isoladas, outros se relacionaram com os imigrantes e construíram caminhos juntos, não podendo assim simplificar sua existência. Indígenas não é só aquele que vive pelado no meio da selva.


Existem indígenas entre nós!


Redação dissertativa elaborada para a Disciplina de História e Cultura Indígena

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© 2020 por Serginho Neglia. Criado com Wix.com

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